Após as inéditas escolhas dos Deputados Federais para a composição das Comissões, a esquerda foi pra cima de Caroline de Toni, eleita para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e de Nikolas Ferreira, escolhido para presidir a Comissão de Educação no próximo biênio.
Nikolas Ferreira na Tribuna da Câmara
Tudo aconteceu de acordo com as normas regimentais da Casa do Povo, mas parece que não agradou muito àqueles que perderam a disputa pela direção dos órgãos de uma das Casas do legislativo federal. E quando a esquerda perde, é um escândalo.
Logo após o anúncio na semana passada da inédita conquista dos direitistas, Nikolas passou a ser alvo de uma reação virulenta e desproporcional por parte da autointitulada imprensa profissional e de blogueiros petistas, em uma busca alucinada pela destruição da imagem do jovem Deputado mineiro que surpreenderia até mesmo os mais céticos quanto à possibilidade de uma pessoa tão jovem ter tantas competências e habilidades para a política. Aqui não se trata de opinião, mas de fato. Goste ou não de Nikolas, é inegável que o “moleque”, como os stalinistas gostam de chamá-lo, é um fenômeno na política.
Dessa vez, no entanto, a esquerda foi além da gritaria e da balbúrdia, como sói acontecer em situações em que os socialistas se veem diante de um grande prejuízo político, utilizando seus veículos tradicionais de imprensa em uma busca lunática pela desqualificação de Caroline de Toni e Nikolas Ferreira. Afinal, não há feminismo e ‘juvenismo’ capazes de aplacar a fúria de um socialista derrotado, principalmente em se tratando de duas das mais importantes Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados.
A CCJ é sem dúvida a mais importante de todas pois a imensa maioria das proposições (projetos de lei, propostas de emendas constitucionais, assim por diante) passam antes por ela para análise dos requisitos de constitucionalidade e juridicidade.
Deputada Caroline de Toni
Dizer que fiquei surpreso com a reação desproporcional dos aliados de Maduro seria uma grande mentira. O que me causou um relativo desconforto não foi o fato em si dos ataques de ódio contra os dois Deputados Federais da direita, pois isso já era esperado.
O sentimento decorre do ineditismo no questionamento das qualificações, pessoais e políticas, de maneira tão incisiva dos dois parlamentares. Dezenas de presidentes da Comissão de Educação e da CCJ (e das outras 28 Comissões Permanentes) pouquíssimas vezes foram questionadas dessa maneira, o que nos faz pensar que não se trata de preocupação com os rumos da educação brasileira, mas somente mais do mesmo, ou seja, um tratamento absolutamente desigual – na desigualdade ninguém é mais absoluto que a esquerda -, e, porque não dizer, golpista.
Afinal, o ampliado e banalizado conceito de golpe certamente abarca hipóteses de contestação acima do normal de pessoas legitimamente eleitas e designadas para funções de Estado, o que inclui o Poder Legislativo, que, segundo o artigo 2º da Constituição da República, que se saiba ainda não revogado, é independente.
Independência significa que suas competências e as prerrogativas de seus Membros serão respeitadas pelos demais Poderes da República, o Executivo e o Judiciário. Mas poucos dias depois da escolha dos dois Deputados do PL, segundo a CNN Brasil, “Moraes manda PGR se manifestar sobre pedido de suspensão de perfis de Nikolas Ferreira“. Parece um claro recado de que “o chicote vai estralar” pra cima dele.
Já a Presidente do PT (Partido do Presidente da República) disse a mesma emissora que há “Um mal educado na comissão de educação“. Talvez Gleisi tenha se inspirado no “golpista” Eduardo Cunha que teria chamado Cid Gomes de mal-educado, segundo o próprio Ministro disse na Tribuna da Câmara em 2015.
A fala da Presidente do Partido do Presidente da República não é só uma cópia do Presidente da Câmara que afastou Dilma mas um reflexo do caráter autocrata e totalitarista do governo do PT, que não aceita bem, em hipótese alguma, perder espaço político para a oposição.
Mas o que os leninistas-marxistas não perceberam é que não há como atacar os Deputados pelo trabalho que realizaram já que ambos presidirão pela primeira vez uma Comissão, e, assim, não têm histórico na função que possa justificar uma reação tão assertiva e agressiva por parte de seus adversários.
Por tudo isso, os lulistas se viram em uma sinuca de bico: respeitar as instituições democráticas e suas escolhas legítimas realizadas de acordo com as normas regimentais aceitando a derrota ou atacar os parlamentares eleitos e indicados por seus pares. Claro, escolheram a segunda opção.
O que vem por trás é a trágica história da educação brasileira. A Comissão tem a missão de melhorar a situação lastimável da educação no Brasil herdada por mais de 14 anos do PT que entregou resultados pífios para um país que investiu tanto dinheiro para estar entre os piores do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
Certamente não será fácil mas o Deputado está preparado para enfrentar esse grande desafio e não tem medo de exercer suas prerrogativas. O trabalho de Nikolas à frente da Comissão será amplamente fiscalizado, divulgado e criticado. Isso é excelente. O problema é que nunca houve nenhum grau de exigência no mesmo nível para tantas outras funções exercidas no Estado.
Ao final de dois anos devemos avaliar o trabalho do Deputado, apesar da herança maldita do PT, dentro de seus limites de atuação, evidentemente. E é bom que seja assim. O que se espera não é uma atuação ideológica e isso sempre ficou bem claro na conduta dos indicados. Como resultado se quer que após sair da escola, o aluno tenha de fato aprendido matemática, língua portuguesa e ciências.
Já o passado nós sabemos muito bem o que foi e o que é, pois como dizem os líderes políticos vencedores nas urnas, “o Brasil voltou, e sentimos vergonha – muita vergonha – pelo nível baixíssimo da educação brasileira entregue pelo PT, muito diferente do que prometeu seu líder em sua primeira posse há duas décadas em janeiro de 2003.
Bom trabalho, Caroline e Nikolas.
Fontes:
Discurso de Cid Gomes na Câmara –
https://www.camara.leg.br/comissoes/comissoes-permanentes
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